quinta-feira, 15 de maio de 2014

Ele tirou o pano da boca e suspirou,
Como se este ato pudesse apagar as manchas vermelhas que lentamente se espalhavam.
Estava sentado olhando a noite,
Não sabia há quanto tempo estava doente, não sabia o dia, a hora,
Sua visão estava nublada demais para ver o calendário na parede,
Tentou levantar mas suas pernas não respondiam,
Sua respiração era pesada, rouca e dolorida.
Estava enjoado como se todos seus órgãos fossem comida podre em seu estomago,
O coração batia rápido e forte como se fosse quebrar ossos e rasgar carne para se livrar,
Seu coração ainda vivia enquanto o corpo se definhava ao redor.
Tão rápido e tão lento,
Os olhos estavam pesados e doloridos,
Dentes se quebravam enquanto a mandíbula os apertava,
As juntas dos dedos rangiam e doíam enquanto as movia com lentidão.
Não ouvia nada além de seu coração cada vez mais forte,
Tudo escureceu,
O coração bateu fraco,
Lento,
Ele levantou,
E foi dormir.